MEU JARDIM FÚNEBRE

Todas as loucuras que a bruxa pensa... ou todos os pensamentos de uma bruxa louca!

O que será mais potente?
Anfetaminas ou entorpecentes?
Quem sabe os dois!

Alucinada me fará esquecer,
Esqueço do quanto viver para mim é nada.

Sondas, lavagens gástricas...
Cloreto de sódio na minha corrente sanguínea,
Estou fraca e demente,
Agonizando sem conseguir respirar.

Eu quis que fosse assim,
Mas insistem em me salvar!
Queria gritar, mas não consigo nem falar,
Quero dizer que me deixem morrer.

Pois, só morta (amiúde sepultada),
Nula, extinta e consumada
Serei compreendida por mim mesma,
Por não precisar da compreensão de mais ninguém.

Estou com cheiro de morte
Nessa cena deplorável e excitante.

O sangue que espirra das minhas narinas
Acaba de manchar a minha tela,
Tornando-a, assim em arte:
A arte de se matar!

Mas o sangramento parou
E a sonda começa a tirar de mim toda a química existente,
Então percebo que mais uma vez meu suicídio fracassou...

Nesse 29 de agosto de mil novessentos e noventa e oito.

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