Tenho um cigarro de companhia
E a melancolia se abriga dos dois,
O consumo lentamente e descontente,
No prazer com o que me faz mal.
Penso nas coisas que me fazem bem,
Apareceu-me a cura, mas ainda não tenho,
Tu não estás aqui comigo e preciso...
Fico então com o excesso da falta!
Urubus famintos em disputa por comida,
É só o que me distrai nessa tarde cinzenta,
A carniça de outros animais é o luxo
Do lixo podre que os alimentam!
Lágrimas me escorrem sem que eu queira,
Eu nunca consigo detê-las, contê-las,
E como ácido, queimam a minha alma
Nesse dilema entre me entregar ou recuar.
Já és conhecedor dos meus tormentos
E não quero te confundir, perturbar.
Mas, quem o salva se me salvares?
Quem matará? Quem morrerá?
Conflitos de matéria e espírito,
Dentre o meu medo e toda minha vontade;
Na realidade de não saber, não sentir
Se vou ficar bem, ou se vou me iludir.
Que dor é essa que me provoca a falta?
Corrosiva, começa a abrir-me uma ferida.
Me intriga, pela consciência do cedo
E novamente, temo me exterminar.
Sei que me causou câncer violento,
Pútrido, sob pus e o meu lamento.
Quando abro os olhos você não está perto,
Mas me nego, nego recusar a esperança.
Outrora, quem sabe, consiga ser mais sensata
É que sob teu efeito, raciocino lento...
Querendo desintoxicar-me inutilmente
Porque és tu, a minha droga mais potente!
Permaneço, como se num berço jazigo,
Inerte, à espera de teu contato como abrigo...
E desconhecendo que segredo é este
Que o faz mexer tanto comigo!
Nanda Zombie 05/02/2010
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NANDA ZOMBIE
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