MEU JARDIM FÚNEBRE

Todas as loucuras que a bruxa pensa... ou todos os pensamentos de uma bruxa louca!






Pensamentos que me apavoram, 
Realidade distorcida por entre sombras,
Querendo fugir de tudo e todos,
Perdida por me achar quando te encontro.


Sabe-se lá qual a estrada correta!
E quem acerta assim sem fracassar?


Sigo assim e então os dias passam,
Me esquivando das farpas, facas, farsas...
Tudo isso que me fere demais
Isso tudo que me vem de você.


Ainda que sintas a mesma coisa
E por medo não consigas enxergar,
Me vendo através do teu espelho,
Embaçada e turva é a visão.


Agora, tento voltar por um labirinto,
Sei que é mais fácil que seguir o teu caminho.
Por medo, por orgulho ou covardia...
Quem diria, voltaremos ao começo.


Prazer em conhecer, de novo, abrigo.
Sem medo, sem beijos, sem riscos.


23/06/2010

Luto no rock

Vocalista da banda Type O Negative, Peter Steele morre aos 48 anos.

 

 

 

Love You To Death

Type O Negative

In her place one hundred candles burning
A salty sweat drips from her breast
Her hips move and I can feel what they're saying, swaying
They say the beast inside of me's gonna get ya, get ya, get...
Black lipstick stains her glass of red wine
I am your servant, may I light your cigarette?
Those lips smooth, yeah I can feel what you're saying, praying
They say the beast inside of me's gonna get ya, get ya, get...
I beg to serve, your wish is my law
Now close those eyes and let me love you to death
Shall I prove I mean what I'm saying, begging
I say the beast inside of me's gonna get ya, get ya, get...
Let me love you too
Let me love you to death
Hey, am I good enough for you?
Hey, am I good enough for you?
Am I? Am I? Am I good enough for you?

Te agradeço
Por angústia e maldição.
Por todos os meus dias
De revolta e depressão.



Muito obrigada,
Por deixar sentindo-me um nada,
Fazendo com que me torne
Tudo que for de mal.



Um riacho horrífero,
Estéril floresta da tortura,
A chuva ácida me corrói
E o ferimento é fatal.

Morrendo assim,
Perdida em vida desgovernada,
Achando que morre é solução para tudo
E viver é cultivar ilusão por nada.

Sou desditada,
Por imergir em inconformação.
Hoje é só desordem
E paisagem de lixo disfarçada.

Ao detestável:
Prazer em conhecê-las, ACÁCIAS ENVENENADAS.


17/07/1999

Meu paraíso é o inferno;
Minha felicidade é de mentira;
Meu amor é irreal.

Meu sorriso é encenação;
Meu querer é por fraqueza;
Minha liberdade é tua prisão.

Minha ingênuidade é indecência;
Minha crença é na descrença;
Meu desejo vive em dor.

Meu pensamento é ilusão;
Minha ajuda é traição;
Minha força é o pouco tempo...

Meu prazer é sofrimento;
Minha morte é salvação!


20/06/95

Desamor presente
Na infelicidade que não passa;
E tudo, a todo momento, é só uma desgraça!
Sonhando com liberdade,
Quando prisões são a realidade,
E o pensamento submetido às torturas,
Geralmente não suporta a pressão.
Definida a forma
Da nossa relação com a vida:
Uma tempestade de facas,
Sobre um corpo de gelatina.
Amor da minha morte...
Ja que não tenho amor da minha vida!
Isso, é para que entendamos,
Nós somos velas acesas
E mais cedo ou mais tarde acabaremos.
E já que o nosso conflito espiritual
Nos deixa ainda mais assustados,
Este é O DICIONÁRIO DO DIABO!

12/09/1999

O teu uniforme, teus méritos, são tão medíocres quanto a lei da vida, pois a força não virá com tua maldade e tamanha prepotência. E nem a essência te salvará porque te odiará a própria cria... Pois quem de ti se orgulharia?  _ Só os homens que te ergueram um dia, todos pobres de alma, fracos sem fé!

"Despertar sem sombras de maldade é querer ser sempre bela adormecida... Temos que compactuar com o mal e comer no prato do desprezível, é só aprender as normas do bom fingido: saciando-se do alimento do inimigo."

Minha cabeça ainda se encontra em pane, estou quase enlouquecendo! Queria esquecer. Mas como fugir daquilo que nos persegue?
Quem nos elege para sermos os alvos dos dardos? De repente, estamos completamente feridos. As dores são tão fortes que imploramos pelo alívio da morte, então, ouvimos todas as vozes dos demônios que nos cercam.
É inútil procurar algum abrigo, é ilusão acreditar que há algum consolo. Num só mundo, tantos rostos suplicando o mesmo remédio: Remédio para a alma, que nos curem da culpa, e da mágoa...
Ainda credes que o amor reconstrói todos nós?
Espero que achem as respostas em outros livros, não acharão no meu. Pois assim, livro-me da acusação que provavelmente sofreria: Leitura perturbadora e de grande risco, causadora de angústia, depressão e de um possível suicídio! [risos]


Saber lidar com os riscos é uma virtude;
Por isso, jamais me arrependo do que faço;
Pois, o que separa o prazer obtido e o descaso;
Saibas, é apenas um mísero passo.

O presente é como uma faca afiada;
Pode nos proteger, mas também nos machucar;
Quando o futuro: não existe, ou nunca vai chegar;
E nós, como idiotas desejando o ressuscitar.

Amor destruído como fogo pela água;
Amizade devastada como mata pelo fogo;
Não sei se estou morta por vida, ou vivo morrendo;
Mas sei que deixei de viver desde aquele momento.

Assim, temo ao que ainda me virá;
Sem saber se sou capaz de continuar;
Mas continuo até enquanto for capaz;
Os céus, os véus, eles encobrem minha dor...

Escondem em mim, tanto o ódio quanto o amor.


Ruídos, os morcegos essa noite anunciam chuva
Você não entende, mas a vida continua...
De nada importa se não sabes das leis de ordem,
Pra você, o importante são as coisas naturais.


Não é complicado conhecer os teus limites,
E admite, desconhece a essência que eu conheço,
Erraste, mas saibas que eu erro também,
Só que eu busco aprendizagem nos livros que tu não tens.


Ao longe escuto seus gritos e assombra a fome mundial,
Mas você não é culpada, não se acha, por que iria se preocupar?
Desta forma, sempre encontra sua melhor saída,
Já que pra viver, temos que “cegar” ou “morrer”.


Segue teu discurso sem nenhuma frase complexa,
Jamais recorreu às teorias, Freud desconhecido.
E se não entendes o que eu digo,
Um dia, quem sabe eu te explico.


Simples, queres mesmo o que já tens nas mãos,
Nas mãos eu queria encontrar assim tão simples,
Sem esperar por um tesouro, ou um príncipe...


Ser insultada, difamada e ainda assim ser célebre
Fazer um contrato com Deus como o teu, Celly.




Pálidos sob a sombra da terra
Auréola gris pela poluição da mente
Retratam-me todo pus interno
Do pútrido tumor das guerras.


Violinos mortais tocam a sinfonia da destruição
E as trevas, avermelhadas de sangue
Parecem as vestes de uma virgem estuprada
Como ela gritaria, todos gritarão sua própria dor.


A zoospermia assusta os sobreviventes
Já que o sexo vos é sacrossanto
E a concepção de novos anjos
Deve ser concluída até o final de sete dias.


Teremos apenas mais três anos de vida
Isso, se nos entregarmos à beatitude de Nirvana
Já que teremos sempre a nódoa dos vermes
Que depois desse tempo iniciarão o nosso fim.


Nem meu cálido desejo por ti me aquecerá
Tampouco teu fogo resistirá às tempestades
Pois será a mais perversa maldição
Já que ninguém seguiu as leis de Hades.


Os solitários se abrigarão do desespero
E o “Senhor Medo” é quase dono de tudo
Porque seremos castiçais mudos
Das velas da nossa própria perturbação.


O sol será como ácido em nossa pele
E a profecia da bíblia falha outra vez
Pois os últimos dias não serão na escuridão
A claridade nos matará quando imploraremos pela noite.


Cada lugar na terra com um bosque do pecado
E muitas fontes com a sua água envenenada
Sábios, sobre os ensinamentos da dor
Leigos, sobre a religião do amor.


E o que será o amor nesse momento?
Será a vontade do próprio salvamento
Mesmo vendo o desespero de crianças morrendo
Sem que saibam ao menos o porquê.


Meu licorne negro morrerá com a epidemia
Assim como o único homem que desejei
Queria saber fazer psicagogia
E invocar a alma desse santo que amei.


E como ficaremos nesse momento?
Coroa sem rei, assim sem tua presença
Ignorando as farsas das crenças de risco
E morrendo sem conhecer nenhum Jesus Cristo!


Penso, do que me valeria ter acreditado na vida?
Ainda bem que jamais me deixei iludir
Mesmo com tamanha desgraça ainda consigo sorrir
É que as suas mentiras não penetram mais o meu ego.


Então, essa morte me é analgésico e timoléptico
Posso até sentir minha cabeça mais leve
Mesmo sabendo que essa é a minha última estação
E o vale das sombras será o nosso próximo destino.


E acaba o som dos violinos...
Apenas porque tudo já acabou!



Nanda Zombie
Janeiro de 1999










São gente muito estranha as Bruxas. Gente de coração desarmado, sem ódio e preconceitos baratos. Gente que fala com plantas e bichos. Dança na chuva de madrugada, entra na floresta sozinha. Cultuam a Lua como Deusa e lhe faz celebrações... São Gente muito estranha essas Bruxas! Falam de amor com os olhos iluminados como par de lua cheia. Gente que erra e reconhece, cai e se levanta, com a mesma energia das grandes marés, que vão e voltam em uma harmoniosa cadência natural. Apanha e assimila os golpes, tirando lições dos erros e fazendo redentores suas lágrimas e sofrimentos. Amam como missão sagrada e distribuem amor com a mesma serenidade que distribuem pão. Coragem é sinônimo de vida, seguem em busca dos seus sonhos, independente das agruras do caminho. Essa gente vê o passado como referencial, o presente como luz e o futuro como meta... Na verdade, não são nada estranhas! São apenas mulheres que sentem mais, que demonstram o que querem, mesmo carregando um olhar com o mais fascinante mistério. São cobertas de véus, esses só encobrem o que é óbvio, aumentando assim os desejos, pois exala na pele a essência da própria natureza feminina. Acreditam no poder da feminilidade, estão sempre fazendo da maternidade a sua maior magia e através da incessante luta pela paz, invocam os poderes do universo para que a sua passagem sobre a terra tenha um significado a mais.




Credes que os templos são meios de reparar as tuas faltas? Pobres almas!

Os sentimentos atuam por intermédio da alma, o corpo e o coração são seus instrumentos de manifestação.

Quando somos jovens, nossos erros são na verdade, aprendizagens, e nossas decepções devem servir também como lições. O compromisso da razão com o princípio é a conscientização.

Nós precisamos aprender com a conformação de ter o que realmente podemos, é melhor do que se ter tudo em sonhos, onde a realidade não passa do cultivo da própria ilusão.

"Odeio esse mundo de fé na burrice e lucros com a devoção. Onde o deus é um ser mudo e surdo, mas que para ficar com o seu dinheiro, carrega uma ótima visão!" (NZ)

Sentir compaixão, por quê?
Ninguém é sincero comigo,
Não vou ser sincera também.


O nome da facilidade: mentira
Complicado é permanecer correto
Mas é fácil ser comum
Nunca consegui ser isso mesmo!


Nos falam de amor ao próximo
Mas não há próximos nos amando
Por isso tudo é abismal.


Você é cego, eu estou
Então, ninguém acha esse amor
E ele também não nos achará
Não é cego também?!!!




"Eu sou a forma hospitaleira do terror: Quarto escuro e assombrado, o absurdo simplificado que vocês não conseguem enxegar..." (NandaZombie)

Vou falar das coisas que eu detesto;
Eu quero falar de flores, e amores.

Chorando ao som de Concerto For Flute Andantino;
E compreendendo os fatores da incompreensão;
Me calando na hora de qualquer pergunta;
Mesmo quando sei o que responder;
Poupar a mim, de mim mesma.

Implorando aos céus em silêncio;
Desejando que esse dia ensolarado se vá;
Que esses malditos pássaros parem de cantar!
E festejar a existência, a própria, a alheia;
Quando eu, com minha alma tão cinza...

E que em nada combina com a vida lá fora
Tão linda!

Meus gritos por liberdade povoam catedrais esquecidas
E despovoam cidades conhecidas.

Mas o meu medo e ansiedade é conversão:
Eu tenho psicastenia.
Quando essa agonia vai passar?
Quando me livrarei dessa dor psíquica?

Deixaram-me morta... 
Mesmo estando viva,
Desprezaram a certeza do meu sofrer,
Julgava só o próprio sofrimento ser o pior.

Não quero mais chorar,
Mas é tão difícil esquecer,
E quase impossível recomeçar.

Talvez, esteja eu condenada,
Me condeno por um crime que não é meu.

Se tivesses feito válida a conformação,
Teríamos acabado ao menos...
Com o meu propósito: Perdoados!

Pelo tiroteio da tua inconformação,
Pela minha busca por libertação

Mataram-se dois!

Antes que me reencontre com a perversão, toda a irracionalidade aliada e com toda a vulgaridade por tradição, eu preciso preparar-me. Preciso imunizar a minha alma, já que o meu corpo, esse será mais um a participar da insana festa de Dioniso...
E ao invés do meu choro inspirador, os sorrisos: Imbecís, sem sentido!

05/02/2005

"Todo ser humano é sincero... quando diz que sabe mentir!"

"A juventude vai ser compreendida, mas só quando forem maiores de 50!"

"Venhamos ao paraíso! O paraíso é a minha guerra, no inferno do teu céu."

Quando dividires o teu céu em várias partes;
E tomares todas as drogas potentes;
Verás o nocivo poder da mente;
Porque será fatal, mesmo que inconsciente.

Então quando acabar com o teu mar;
É que saberás quantas vidas destruiu;
Tudo que era para ser unido desuniu;
E um dia houve amor, do que serviu?

Nos sobrou apenas essa dor;
E o choro não mais comove a dependência;
Pois mesmo com qualquer lamento;
Todos somos perecíveis ao tempo.

Ainda querem me condenar;
A humanidade não enxerga;
Não há de ter maior castigo que a vida;
Ela já nos desencoraja e corrói.

Por que eles sempre nos querem iguais?

Como se isso fosse garantia;
Como se ter felicidade e não sabia;
Se precaver do que não existia;
Não relizar os sonhos que se podia.

Teus santos são simplificados à tinta e barro;
Mas o teu desejo é pela ignorância;
Nela, aumentas o teu povo (teu lucro!);
O meu sonho de consumo é o vaticano;
Quando vocês em suas rezas;
Dão o pouco que lhes restam;
Enquanto a "Vossa Santidade";
Prega humildade, mergulhado no ouro!
Agora, bebam do sangue de Cristo;
Ou será melhor dizer sangue alcoolizado?
Sábios, aqueles que rezam sozinhos;
Que encontram sua paz ilusória a sós;
Pois o que importa é sentir-se bem;
Arquitetura gótica, germânica...
Não tem nenhuma importância;
Lá, todos falam da vida de todos;
E na hora da comunhão;
Nada segue qualquer tradição;
Deveriam repartir, não era pra ser assim?
Mas cada um terá seu pedaço de waffer;
Ou será pão? Não! É um corpo!
Mas afinal, essa carne sem gosto é Cristo?!
Querer buscar explicação é inútil;
Quem me dera achar qualquer razão;
Já que o corpo não nos retrata a alma;
E a verdade só quem nos mostra é o coração.

O que será mais potente?
Anfetaminas ou entorpecentes?
Quem sabe os dois!

Alucinada me fará esquecer,
Esqueço do quanto viver para mim é nada.

Sondas, lavagens gástricas...
Cloreto de sódio na minha corrente sanguínea,
Estou fraca e demente,
Agonizando sem conseguir respirar.

Eu quis que fosse assim,
Mas insistem em me salvar!
Queria gritar, mas não consigo nem falar,
Quero dizer que me deixem morrer.

Pois, só morta (amiúde sepultada),
Nula, extinta e consumada
Serei compreendida por mim mesma,
Por não precisar da compreensão de mais ninguém.

Estou com cheiro de morte
Nessa cena deplorável e excitante.

O sangue que espirra das minhas narinas
Acaba de manchar a minha tela,
Tornando-a, assim em arte:
A arte de se matar!

Mas o sangramento parou
E a sonda começa a tirar de mim toda a química existente,
Então percebo que mais uma vez meu suicídio fracassou...

Nesse 29 de agosto de mil novessentos e noventa e oito.

Não quero meu nome em teus papeis;
Mas sim, meu todo cravado em teu corpo;
Não quero provas de amor compelidas;
Mas sim, o mínimo de carinho se for voluntário.

Não me fantasiarei de condor para te iludir;
Me mostrarei abutre-fusco como sou;
Então, me terás se quiseres de verdade;
E não como sonharias (se eu não for o que querias).

O que poderei fazer se não sou eu tua Euterpe?
Nem ao menos tenho flauta, apenas saudade!

Para mim, é uma experiência nunca vivida;
Dar o que pela primeira vez tenho comigo;
E necessitar de você a retribuição;
Coisas que eu não sentia até então.

Descrevendo-me assim, fica fácil ver meu descostume;
Mesmo sendo dificil (quase impossível) me entender;
Pois, eu venho com um manual de convivência;
Só que as instruções são quase indecifráveis.

Enquanto procuro a mim mesma...
Espero achar-te em meus caminhos viáveis.


03/08/99

Sempre haverá ruínas em nossa construção;
Construimos nossa relação sobre um campo minado;
A cada dois passos, um deles será o errado;
Então de novo, novamente, recomeço, reiniciação.

Seria mais fácil esquecer, se não fosse você...

Quanto aos temores, mais potentes em pesadelo;
Como se fossem um alerta meio macabro;
Avisando-nos de tudo que iríamos passar;
Que o pior visto é ainda pior que isso.

Um míssil tendo no alvo a base inimiga!

Tentei fugir, tentei que salvasses a si mesmo;
Já perdi você mesmo, aqui, dentro de mim;
Nas muitas vezes em que eu duvido;
Que suportarás todo o conflito sem desistir.

Sempre que uma guerra parece perdida...
Uns se escondem, outros se suicidam!


04/06/2005

Feliz ou desgraçada?

_Debilitada de sorrir.

Burra ou bondosa?

_A sábia idiota!

Ora sou bruxa;

Ora sou anjo;

Outras, apenas.

Muitas vezes demônio enfraquecido

Guardiã de um templo maldito

E amaldiçoada pelos vivos.

Indigente de alegria...

Já por mil duzentos e vinte oito dias

E inepta de buscar a paz,

Nem que seja por um momento

Sabendo que tenho pouco tempo

Ganho de presente

Um nada que já tenho a mais.

1998

Hoje é mais um dia de esperar...
E não ganhar!
Hoje, sinta dor e chore horror,
Por seu maior temor.

Espere luz no fim do túnel,
Se desespere, não a ache.

Sonhos, pra que sonhos?
Eu já te dou meus pesadelos!
Coma o que está apodrecido
E sinta-se apodrecer também.

Cantarás por alegria
Mesmo tendo matado um amigo
E morra ao tentar encontrar a paz
Porque o inferno é mais atrás...

E os seus passos
A diante não vão mais!

22/12/98

Todo sentimento é agudo
E qualquer punhal lembra a morte.
Celebremos o caos, todo o mal e o imortal:
Morrendo por ser perecível,
Ou ainda, qualquer coração ferido.
Quando o sangue escorre
É que a morte se revela mais sombria,
E quem diria que sangrei por cinco dias?
Mulheres continuam vivas
Carregando a certeza
Da não procriação em desperdício.
Quando há fertilidade sem fecundação
Torna-se sangue a maldição...
Menstruação!
Somos nós mulheres, pára-quedas e precipício,
Vida e morte todo mês.


23/03/2005

Às vezes o mundo parece me odiar, outras vezes, me presenteia como a um deus. Por isso é tão complicado me permanecer num estado de espírito por muito tempo.
Por momentos quero matar, outros salvar, se chorando estiver nervosa começo a rir. É só quando me desligo do mundo que passo a sentir falta do que sentir.
Durante bastante tempo determinei que dormir era fraqueza, hoje busco o sono que só me vem através das minhas inseparáveis benzoadiazepinas e que algumas vezes não conseguem me fazer sonhar, mas me fazem relaxar e viajar nas alucinações hipnagógicas do meu hemitartarato de zolpidem. E o que vou fazer? Ter dezesseis anos e esperando morrer, odeio esperar! É sonhar com liberdade e passar o resto dos meus dias em grades.
E do que me vale uma reação, se durante todo tempo tudo que fui e ganhei, decepção. Por isso podem até achar cura para o mal do século, menos para a minha depressão.
Mas o que se pode dizer de alguém que já tenha passado por certas coisas assim? Ninguém pode reclamar se o seu comportamento for muito bom: para ser muito ruim!

1998

Vou pisar em vidros sem sentir dor,
E passar toda minha vida assim,
Sem sentir esse tal de amor,
Quem quiser que o sinta por mim.

Quero me abrigar do abandonado
E perceber que essa dor é incurável,
Como a minha depressão
Por ainda sentir- me viva.

Acordo com as minhas doenças,
Então, continuo sabendo que pra morte
Não a salvação por crença.

Espero que o meu corpo sepulto
Não cause nenhuma ausência,
Porque eu não quero fazer falta a ninguém.


13/07/97

A radiografia do mundo é o inferno
E já não é novidade receber do mal a solução:
Do vírus letal a cura para dor da vida
Da cegueira permanente, livrar-se da visão descontente.
Sangrei até agora, gelada, clorótica
Enfim, minha aparência desejada.
E se os outros não gostam, do que me importa?
Castelo da vitalidade ao longe,
Trilha da consolação sem acesso
Perdemo-nos no vale malfazente
Quando percorremos o caminho de ciprestes.
Quando chegaremos ao preparatório?
Qual será a casa dos ensinamentos?
E conheci teus medos, teus desejos,
Agora, me desconheço.

02/05/98

Para depressivos, anfetaminas;
Para inconformados, diazepinas;
Para perturbados, hemitartarato de zolpidem;
Para apaixonados, bebidas alcoólicas;
Para doloridos, morfina;
Para desiludidos, ibogaína;
Para estressados, cannabis sativa;
Para indispostos, ecstasy;
Para masoquistas, heroína;
Para discretos, chá de cogumelo;
Para criminosos, crack;
Para curiosos, chá de fita;
Para apressados, LSD;
Para perdidos, cola;
Para juvenis, loló;
Para mauricinhos, lança;
E aos não citados, esperança...
A última que irá morrer!

02.09.2004

Fúria por medo
Ainda é cedo para voltar
Em último caso, na última hora
Quase sempre com todos: com niguem!

Sabe bem do caminho a ser tomado
Aqueles trilhos que o levará
Trem que carrega fantasias
E consigo, toda a força necessária.

Geralmente, não para na estação que devia
E o porquê do desistir é obscuro
Assim como seus vagões de mistério
Jamais denunciam a real mercadoria.

Passam-se as noites e os dias
Ele segue para não se sabe onde
Quando a cada despertar sabemos
Nos aproximamos mais do final.

Inteiramente comprometido com seu vício
Sem que nunca precise tentar se controlar
A vida já nos faz correr tantos riscos
Que um precipício pode parecer um abrigo.

Para mim é assim tão simples
Fácil é definir o que não é de nós mesmos
São sonhos, pesadelos...
O ponto de vista é de quem dita o fato:

Veloz [ eficiente ] ou então desgovernado!

(Nanda Zombie- 09/08/2003)

Para cada coisa boa existente
Há sempre uma má,
Isso é a essência da tentação.
Hoje, sou o que outrora
Tinha sido jardim florido,
Agora, fúnebre, esquecido.
Fui transformada
Em escultura espatifada,
De uma obra qualificada
Como desqualificada,
Batizada pelo nome
Espectadores da destruição.
Todos nós veremos a maldição.
_Quem virá como filho de Deus?
_Quem virá como o de Satã?
A verdade, é que todos nós sofreremos
Pelo mal que procriamos,
Pelo desamor que cultivemos...
Então, no sexto mês,
No sexto dia,
Na hora seis,
O mal não há como impedir,
O bem insistirá em partir.
Por isso rezem!
Supliquem ao senhor!
Pois a TRINDADE DIABÓLICA
Já entrou em ação maléfica:
O Demônio, o Anti-cristo, e o Falso Profeta!





Fernanda Zombie 20/03/98

Penso em um demônio (Vinícius)
Com o rosto de Jesus Cristo,
Que me tenta e acalma.
Minh'alma completa e possuída
Avisa que não me adianta rezar.

Religiosidade e espiritualidade
Com força extrema me invadem,
Vejo teu corpo como nova comunhão.
Quando eu, abrigo de teus pecados,
E faças de mim o teu confessionário.

Uma igreja, como sempre o sagrado,
Este é o meu cenário desejado;
Então, que minha boca seja santuário
Onde purificarás pele, lábios
No sabor do vinho que beberemos.

Logo após o cântico de celebração,
Tomados por qualquer desejo absurdo,
Compreenderemos toda a essência
Do tal prazer nessa minha devoção:
Doar-se para o outro sem medo.

Por fim, sem que eu me esqueça
Iremos para a última ceia...
Busque a hóstia consagrada
E a consagre em minha língua,
Tua saliva: minha sede de água benta!

E mesmo que me perturbe a consciência
Não iria me conter diante do Messias...

_Santo, aqui, crucificado em mim!



Nanda Freitas - 29/01/2010

Tenho um cigarro de companhia
E a melancolia se abriga dos dois,
O consumo lentamente e descontente,
No prazer com o que me faz mal.

Penso nas coisas que me fazem bem,
Apareceu-me a cura, mas ainda não tenho,
Tu não estás aqui comigo e preciso...
Fico então com o excesso da falta!

Urubus famintos em disputa por comida,
É só o que me distrai nessa tarde cinzenta,
A carniça de outros animais é o luxo
Do lixo podre que os alimentam!

Lágrimas me escorrem sem que eu queira,
Eu nunca consigo detê-las, contê-las,
E como ácido, queimam a minha alma
Nesse dilema entre me entregar ou recuar.

Já és conhecedor dos meus tormentos
E não quero te confundir, perturbar.
Mas, quem o salva se me salvares?
Quem matará? Quem morrerá?

Conflitos de matéria e espírito,
Dentre o meu medo e toda minha vontade;
Na realidade de não saber, não sentir
Se vou ficar bem, ou se vou me iludir.

Que dor é essa que me provoca a falta?
Corrosiva, começa a abrir-me uma ferida.
Me intriga, pela consciência do cedo
E novamente, temo me exterminar.

Sei que me causou câncer violento,
Pútrido, sob pus e o meu lamento.
Quando abro os olhos você não está perto,
Mas me nego, nego recusar a esperança.

Outrora, quem sabe, consiga ser mais sensata
É que sob teu efeito, raciocino lento...
Querendo desintoxicar-me inutilmente
Porque és tu, a minha droga mais potente!

Permaneço, como se num berço jazigo,
Inerte, à espera de teu contato como abrigo...

E desconhecendo que segredo é este
Que o faz mexer tanto comigo!



Nanda Zombie 05/02/2010

A morte previsível é amiga protetora,
Ela vai te querer
Mesmo que todos não te queiram;
Ela vai te vestir sombria
Com roupas fúnebres e belas.
Ela não vai te condenar
A nada além dela mesma.
Leal companheira,
Feliz por ela ser minha credora,
Compensarei com meu corpo apodrecido
Pela alegria de livrar-me da incompreensão.
Não! Eu não quero ser cristã!
Serei entregue aos vermes
Do mesmo jeito que foi meu avô,
Ou qualquer cachorro pulguento.
Tens medo do dia do julgamento?
Espero tranqüila a minha condenação.
Porque pagarei pelo mal que fiz
E pagarão pelo mal que a mim foi feito,
Será igual, do mesmo jeito.
Então morte, és salvação
Dentre o esfalfamento dos homens
E toda nossa desunião.
Agora, a que permanece...
Em um mundo onde não se nasce,
Em um tempo onde não se cresce.
Espero-te morte...
Com minha triste obsecração!




Nanda Zombie 22/07/1999

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